
Por Francis Ivanovich.
O mundo despertou assustado.
A nova variante do coronavírus detectada na África do Sul com 30 mutações é considerada perturbadora e será batizado de Ômicron (Ômicron é a décima quinta letra do alfabeto grego e tem um valor numérico de 70). A presidente da Comissão Europeia, Usula Leyen, anunciou que o bloco vai fechar as suas fronteiras aos voos da África do Sul.
A variante, também chamada de B.1.1.529, é preocupante porque possui mais de 30 mutações na proteína espícula, a chave do vírus para abrir a “fechadura” da célula humana, e pode afetar a eficiência das vacinas atuais.
Caro leitor, por que isso aconteceu? (Certamente continuará acontecendo) Graças à nossa visão restrita do mundo e da vida. Essa divisão absurda de ricos e pobres na Terra. Os países ricos abarrotados de vacina, chegando ao cúmulo de ver boa parte de sua população negar vacinar-se e, do outro lado, os países sem vacina, sem condições de higiene, abandonados à própria sorte.
Serei utópico. Sim, com orgulho neste mundo distópico ou antiutópico. Imagino um mundo sem fronteiras, bandeiras nacionais, hinos nacionais – praticamente todos esses hinos evocam a guerra, a morte e uma falsa soberania e liberdade.
Imagino um mundo sem presidentes, primeiros-ministros, reis e rainhas. Um mundo governado coletivamente por algo semelhante a ONU, mas que realmente tenha a capacidade de gerir os recursos da terra para todos de forma igualitária. Imagino um mundo onde é proibido, repito, PROIBIDO que alguém acumule bilhões de dólares em sua conta particular.
Segundo a Revista Forbes, o patrimônio somado dos 10 homens mais ricos do planeta em 2021 chega da US$ 1,5 trilhão (R$ 8,6 trilhões). É maior que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que alcançou US$ 1,445 trilhão (R$ 7,7 trilhões), em 2020.
Para que isso? Os homens deveriam ser proibidos de ficarem ricos. Talvez essa nova cultura criasse gente melhor sobre a Terra.
No entanto, caro leitor, continuamos estúpidos, afundando dia após dia nessa areia movediça da injustiça, comandados por uma pequena parcela da população mundial, desses que se encontram em palácios, gabinetes, restaurantes de luxo. O vírus B.1.1.529 ri da nossa imbecilidade, brinca com a gente através da sua coroa de espinhos venenosos a infectar as células da nossa burrice.
Viva a utopia! Escravizados de todo o mundo, uni-vos!
Chega de sermos comandados por esses vampiros que só pensam em seus próprios interesses, enquanto o planeta agoniza sem comida, água, vacina e liberdade! O planeta inteiro sofre com a pior enfermidade, o próprio ser humano que só divide a pobreza e a injustiça. Os criminosos de toda a espécie estão vencendo, nos levando ao abismo, infelizmente.
Nós somos o vírus! E somente nossa utopia, através de uma nova maneira de encarar nossa vida, nosso incrível planeta, nos salvará. Caso contrário, chegará o dia em que um monstro emergirá das sombras e nos devorará a todos, sem piedade. A pandemia foi apenas um petisco desse banquete dantesco. Esse dia se aproxima.
Definitivamente o quadro, semelhante a uma obra de Hieronymus Bosch (foto acima), em que não assumimos que o Planeta Terra é o único território possível, que pertence a todos, demonstra nossa incapacidade enquanto espécie. Somos medíocres. Somente a UTOPIA pode dar fôlego e energia para que escapemos dessa armadilha mortal.
Só enxergo uma saída, nova ordem mundial. O fim do conceito de soberania nacional de todos territórios, o fim da identidade nacional, colocar nos museus todas as bandeiras com seus hinos mofados, encerrar as fronteiras, tornando livre o ir e vir das pessoas com seus costumes, pelo nascimento do PLANETA TERRA e dos TERRÁQUEOS com direitos e deveres iguais.
Os adoradores do deus mercado, essa entidade de barro, rirão de mim! Não me importo!
VIVA A UTOPIA, nossa salvação!